quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pagava sempre o preço por querer demais das coisas...

Ela nunca seria amada. Sentia-se como Psiquê quando a beira do penhasco íngreme.

Apenas queria conseguir parar de infligir dor a si mesma, queria parar de almejar pelo
infinito. 

Deus nunca mostrara sua face mais cândida. Nada ali poderia salvá-la da queda. Ela nunca seria amada.

Por que o mundo lhe era tão hostil? Por que não poderia despertar uma torrente de sentimentos ternos em alguém? 

Por que vivia sempre no quase, no talvez? Por que seu amor era ultrajado, deixado nas encostas e levado pelo vento? 

 Por que tinha que viver na unilateralidade? 

 Por que lhe era destinado o falho? 

Por que não gastavam palavras doces com ela? Ela nunca seria amada. Era sua sina ... Era sua sina encontrar alguns que a admirariam pelo que ela aparentava ser, mas que não ousariam amá-la pelo que era.

Ela sabia que vivia uma ilusão, ela sabia que seu coração sangraria milhares de vezes antes que encontrasse o elixir que a redimiria de todos os seus pecados. Ela, entretanto, não diria inverdades. Ela amaria mesmo que amar lhe custasse o sal das lágrimas, ela sofreria a dor dos desesperados e algum dia, ela descobriria seu caminho e toda a dor de qualquer rejeição se transformaria na força necessária para erguer suas asas e voltar ao seu lar.

Mesmo que levasse tempo, mesmo que lhe custasse os últimos lampejos de luz, mesmo que nunca fosse amada...


Nenhum comentário:

Postar um comentário